sexta-feira, 6 de maio de 2011

Iraida Lombardia


A origem do meu Mundo


Instalação multidisciplinar


De 28 de Abril a 21 de Maio



“Em qualquer fotografia, mesmo quando as aparências são coerentes, os elementos que entendemos/percepcionamos como “reais”, não passam de meras ilusões, “a simulação da realidade adaptada/moldada à vontade” (1). (…)aqui encontra-se a questão essencial: pode um retrato representar uma pessoa? Roland Barthes procurava a sua mãe morta nos álbuns de fotografia de família; porém, quanto mais se debruçava sobre a essência da sua identidade, mais se debatia entre imagens particularmente autênticas que se revelavam, por conseguinte, totalmente falsas. O retrato fotográfico de Margarita Alonso é quase ela, mas assumir este quase, implica assumir que não é ela. Consciente da “substância de um engano” (2), Iraida Lombardia emprega um discurso rizomático recorrendo a diversos elementos – objectos, som e multimédia – que interagem com a fotografia central, reduzindo a sua ambiguidade, “o abismo entre o momento registado e o momento em que se observa” (3). Esta amplitude de representação só pode ser possível quando se olha para o caminho que ficou para trás, recolhendo sinais e eventos, linguagens e memórias, dando um significado através da conexão dos elementos e relacionando histórias aparentemente desconexas. (…) Mais do que nunca, consumimos bulímicamente um maior número de imagens, mas faltam informações para podermos interpretar a realidade através delas, sendo assim apenas miragens, ilusões. E mais do nunca, temos que nos socorrer dos filósofos que desde Platão, sempre tentaram “reduzir essa dependência, evocando um modelo de apreensão do real livre de imagens” (4)

Excerto de texto da autoria de Jaime Luis Martín, retirado do catálogo da exposição El origen de mi mundo, na Pinacoteca Municipal de Langreo Eduardo Úrculo, Langreo, 2009



(1) Abel H. Pozuelo: “No se ve, no se toca, está fuera de campo”, Centro de Arte Joven, Comunidad de Madrid, 2009
(2) No trabalho de Iraida Lombardia, a fé é usada como algo que nos faz acreditar na verdade de uma fotografia e na pureza de uma paisagem: a substância de um engano”, Abel H. Pozuelo, “No se ve, no se toca, está fuera de campo”
(3) John Berger Y John Mohr: “Ottra manera de contra”, Editorial Mestizo, Murcia, 1998, p.88
(4) Susan Sontag: Sobre la fotografiía, Ed. Edhasa, Barcelona, 1996, p.163




Margarita





(1/3) 2009, lambada print, 150x150cm

Vídeo, corvo, som








Estante 2

(1/3) 2009, Fotografias





Macieira

(1/5) 2009, lambada print, 75x75cm

Caixa de costura, video em loop, som



Hortense

(1/5) 2009, lambada print, 75x75cm




Jarro com flores murchas

(1/5) 2009, lambada print, 50x50 cm




Bloco

(1/3) 2009, lambada print, 50X50 cm

Fotografias e vídeo em loop




Cemitério

2009, lambada print, 50x50 cm

Mesa, espelho e diapositivos, som




Solar

(1/5) 2009, lambada print, 75x75 cm




Estante 1

(1/3) Fotografia (1950), 18x13 cm, rádio




Vistas da Exposição